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Coordenadora Estadual da Moradia e Cidadania na Paraíba desde 2005, Kátia Maria Diniz Pedrosa Soares, é economiária e natural de João Pessoa/PB, trabalha com causa social desde pré-adolescente quando já gostava de trabalhar em prol de comunidades e pessoas de baixa renda. “Comecei como ‘fadinha’ em grupos de escoteiros; fiz parte do Movimento “GEN” desde os nove anos de idade, em 1970, até 1979”. Kátia é um exemplo não só pelo trabalho que desempenha, mas principalmente por sua disposição, garra e vontade de fazer sempre mais.
Na entrevista concedida ao Portal da Moradia e Cidadania, ela conta sua trajetória em prol do desenvolvimento social, fala sobre possíveis mudanças para o êxito dos projetos, cita acontecimentos que marcaram sua vida, revela projetos para o futuro, etc. Confira:
Moradia e Cidadania: O que te motiva a continuar com o trabalho social?
Kátia: Ver as pessoas capacitadas e seguras para conseguir desenvolver atividades rentáveis, é o que me motiva a investir na melhoria e promoção do ser humano, através de atividades educativas em comunidades realmente necessitadas de cursos, palestras, oficinas, etc. É saber que os jovens que aprenderam a lidar com o computador, podem sair em busca de um trabalho, que a dona de casa aprendeu a costurar, a pintar tecidos, bordar, fazer doces, ou aprenderam a reutilizar materiais, antes desperdiçados ou prejudicando o meio ambiente.
Moradia e Cidadania: O que uma pessoa precisa para ser voluntária? Como você, avalia o voluntariado dentro da Moradia e Cidadania?
Kátia: Para ser voluntária, antes de tudo, é preciso querer, se identificar com o trabalho voluntário. É fundamental ter responsabilidade e comprometimento. Na Moradia e Cidadania o voluntariado é amplamente compreendido, a partir dos coordenadores e coordenadoras estaduais, que desempenham tal papel com total desprendimento e dedicação, comprometendo muitas vezes a vida particular e familiar de cada um, de cada uma.
Moradia e Cidadania: Como que começaram as suas atividades como voluntário?
Kátia: Comecei a atuar como voluntária quando me inscrevi para participar do Projeto Rondon, em 1979, e fomos levar sugestões de melhorias a uma comunidade na cidade de Pilões, interior da Paraíba. A partir de 1993, comecei a trabalhar, no Comitê da Ação da Cidadania dos Empregados da CAIXA; fui integrante do COEP/PB, durante 06 anos, atuei como Coordenadora Estadual do Comitê da Ação da Cidadania/Paraíba, criado pelo sociólogo “Betinho”, de 2003 até 2008.
Moradia e Cidadania: Como tem sido para você trabalhar no Terceiro Setor?
Kátia: Instigante, porém, às vezes bate um sentimento de impotência, desânimo, devido algumas situações de entraves e bloqueios, alheios a nossa vontade, e que infelizmente interferem no trabalho do Terceiro Setor. Mas, sempre impulsiona a vontade de se mexer, de fazer alguma coisa construtiva. Desistir nunca! Trabalhar no Terceiro setor é quebrar paradigmas, inovar, criar, ousar.
Moradia e Cidadania: Na sua opinião é importante a parceria entre os três setores da economia? Por quê?
Kátia: Sim. Essa parceria possibilita maior abertura nos caminhos ao desenvolvimento de ações, sejam na educação, saúde, profissional, etc.
Moradia e Cidadania: Quais as maiores dificuldades que a Coordenação se depara atualmente? Como você pensa em saná-las?
Kátia: Estrutura inadequada, localização muito distante do centro, dificultando o acesso de parceiros, e o desenvolvimento de algumas atividades. Contratar um(a) estagiário(a) para agilizar as ações da Organização.
Moradia e Cidadania: Em sua opinião, falta alguma coisa para que o trabalho que você desenvolve na Moradia e Cidadania seja ainda melhor?
Kátia: Sim. O envolvimento de mais pessoas, voluntárias, em segmentos específicos, como, assistência social, educação, artes plásticas, etc. poderia ampliar o número de beneficiados.
Moradia e Cidadania: Qual a importância dos projetos sociais desenvolvidos pela Moradia e Cidadania nas comunidades?
Kátia: O nome da Moradia e Cidadania, e a sua formação por empregados da CAIXA, já passa credibilidade e confiança às pessoas da comunidade. Os projetos sociais permitem o crescimento pessoal e profissional da comunidade, de forma organizada e bem estruturada.
Moradia e Cidadania: O que mudou na sua vida depois que passou a ajudar tantas pessoas?
Kátia: A partir do momento em que ajudamos alguém, passamos por mudanças internas, com uma enorme sensação de leveza na alma.
Moradia e Cidadania: O que você acha que deve ser feito para que a Moradia e Cidadania seja mais divulgada aos empregados da CAIXA?
Kátia: Estar sempre junto dos empregados, participar de reuniões nas Unidades da CAIXA, divulgar as ações desenvolvidas, etc.
Moradia e Cidadania: Para você, qual a importância da inclusão dos empregados da CAIXA nas ações da ONG?
Kátia: Possibilitar a ampliação das ações da ONG, beneficiando um maior número de pessoas e comunidades.
Moradia e Cidadania: Quais seus projetos para o futuro?Kátia: No segmento do Terceiro Setor, pretendo continuar desenvolvendo trabalhos sociais. Buscar mais conhecimentos de forma que possa aplicar o aprendizado nas áreas de maior necessidade, pontualmente.
Moradia e Cidadania: Existe algum fato marcante na sua trajetória social, que marcou sua vida após o acontecimento? Cite.
Kátia: Existem alguns depoimentos de pessoas beneficiadas com nossos projetos, que apesar de não terem marcado minha vida, propriamente, sei que marcaram profundamente a vida daquelas pessoas. Como exemplo, uma senhora que após participar do Projeto de Alfabetização para Adultos, disse “ter tirado uma venda dos olhos, e já podia ler a Bíblia, uma receita médica, pegar o ônibus certo, ler cartas…”, esses resultados sempre me emocionaram muito e me fizeram sentir uma alegria imensa. Alegria essa, que só sente quem faz o bem, como bem disse o sociólogo Betinho: “Solidariedade não se agradece, a gente se alegra.”