Jamilton Lopes Pacheco

13 ago 2010
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Jamilton Lopes Pacheco

    Coordenador Estadual do Piauí Jamilton Lopes Pacheco, 34 anos, casado, pernambucano da cidade Arcoverde, trabalha com causa social desde 1993 quando iniciou no sexto período do curso Técnico em Edificações pelo antigo CEFET/PE. Formado em engenharia civil, pós-graduado em Desenvolvimento Urbano e mestrado na área de Geotecnia e Fundações pela UFPE, Jamilton se dedica-se às ações realizadas pela Moradia e Cidadania no estado desde maio de 2009.

 

Moradia e Cidadania: Como começaram as suas atividades como voluntário?

Jamilton: No sexto período do CEFET/PE, propus a um professor de uma disciplina técnica que todos os alunos deveriam visitar uma comunidade carente e elaborar um projeto arquitetônico para um centro comunitário. A proposta foi aceita e deu certo. A partir daí, já foram outras dezenas de projetos quase sempre bem sucedidos.

Moradia e Cidadania: Qual a importância de desenvolver projetos sociais em comunidades de baixa renda?

Jamilton: Acompanhar o plantio e o nascimento da idéia de que é possível melhorar e crescer pessoalmente por meio de projetos de geração de emprego e renda e principalmente pelas ações sócio-educacionais junto às crianças. Não existem palavras a serem escritas quando constatamos a colheita dos frutos antes sonhados e agora saboreados.

Moradia e Cidadania: O que te motiva a continuar com o trabalho social?

Jamilton: A certeza de que é possível sim, mudar para melhor com responsabilidade fraternal já ensinada por Deus pelo mandamento: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Como meu amor em Deus e por mim é ilimitado, seguindo o provérbio, resta-me partilhar com os mais necessitados.

Moradia e Cidadania: Como você, voluntário, avalia o trabalho da Moradia e Cidadania?

Jamilton: Avalio como sendo um instrumento de bênçãos na vida de quem participa como voluntário, propiciando a oportunidade de partilhar com os outros, o que recebemos de graça. Nada somos, apenas servos inúteis num projeto social maior que é buscar vivermos num mundo melhor e socialmente mais justo.

Moradia e Cidadania: Há quanto tempo é coordenador estadual?

Jamilton: Estou coordenando a Moradia e Cidadania no Piauí desde maio de 2009 quando por motivo de saúde a Coordenadora Emérita Dulce Mapurunga, precisou se afastar para tratamento médico. Informo que a mesma retornará ao nosso convívio profissional e voluntariado no mês de junho, próximo. 

Moradia e Cidadania: O que uma pessoa precisa para ser voluntária?

Jamilton: Estar disposta a doar um pouco do seu tempo para poder tentar levar uma mensagem positiva para quem muitas vezes já perdeu as esperanças. Outro fator é se permitir experimentar ser importante na vida de que você nem conhece e muitas vezes não irá conhecer de perto. Ser voluntário é se doar por uma causa belíssima sem esperar receber algo em troca, porém o retorno é muitas e muitas vezes superior para quem doou. Vale a pena se permitir tal experiência. O problema, ou melhor, a constatação é que você corre o risco de se viciar. 

Moradia e Cidadania: O que mudou na sua vida e na vida das pessoas de baixa renda que são atendidas?

Jamilton: Não sei responder sobre uma mudança na minha vida, visto que nas minhas mais remotas lembranças da infância, vejo-me acompanhando minha mãe em ações de projetos ligados à caridade, a levar o bem ao próximo. Posso afirmar não sobre mudança de vida e sim sobre levar uma vida totalmente diferente da maioria das pessoas que nunca provaram do principal que é viver com amor e se preocupam apenas com questões materiais. Para resumir, escrevo uma frase verídica que serve de lição para quem ainda não vive pelo irmão no voluntariado: É DANDO QUE SE RECEBE.

Moradia e Cidadania: Qual é a mensagem que você gostaria de transmitir às pessoas que têm vontade de ajudar as pessoas de baixa renda?

Jamilton: Deixe-se provar desta fonte de água viva. Sempre estarás saciado.

Moradia e Cidadania: Quais seus projetos para o futuro?

Jamilton: Continuar trabalhando nos trabalhos sociais da Moradia e Cidadania, como engenheiro na CAIXA e fora dela e curtir a experiência da paternidade.

Moradia e Cidadania: Para você, qual a importância da inserção dos empregados na CAIXA nas ações da ONG?

Jamilton: Extremamente relevante, porém são poucos os que desejam um engajamento maior.

Moradia e Cidadania: Relate um pouco da sua trajetória na causa social.

Jamilton: São tantos projetos e um dinamismo incrível na ONG que relato mensalmente através de um jornal local para os funcionários da CAIXA. Também realizo outras ações junto ao COEP (Comitê do Betinho contra a Fome e a Pobreza) no Piauí e no Abrigo de Idosos Casa São José, dentre outros.

Moradia e Cidadania: Relembre um fato marcante na sua trajetória social e o que mudou em sua vida após o acontecimento. 

Jamilton: Foi um projeto de reforma e ampliação de centro comunitário no Bairro da Mangueira no Recife/PE no ano de 1999 quando conseguimos mobilizar todos os amigos do curso de Engenharia Civil da UFPE. De fato o projeto saiu do papel e as obras foram administradas pelo padre e amigo Reinaldo que nos ajudou a conhecer caminhos burocráticos de conseguir ajuda de instituições internacionais para projetos sociais no Brasil.

 O Coordenador/PI Jamilton Pacheco finalizou a entrevista enfatizando que deseja dispor de mais tempo para que as ações do estado que possuem cunho assistencialista, de fato possam se transformar em projetos estruturados.

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