Artigo: De Homem para Mulher
Por Márcio Polveiro, Coordenador Estadual da Moradia e Cidadania/GO
No lugar de homem, falar da mulher é uma tentativa de expressar em palavras as interpretações e representações que lhe damos. Acrescida pelo fato da existência de uma multiplicidade de mulheres, e não apenas uma mulher em termos genéricos, torna-se sempre uma visão parcial, Comumente quando nos aventuramos nesta análise, surge a diferença histórica entre homens e mulheres, que não se reduz apenas ao aspecto físico, mas, de maneira mais marcante, através das relações e papéis estabelecidos nas comunidades e culturas. Este fato exemplifica-se pelas diferenças de tratamentos e lugar social que a mulher tem ocupado nas diversas sociedades e épocas, estabelecidos pelos mais diversos critérios (religiosos, econômicos, políticos, raciais, culturais e outros).
Assim, o lugar da mulher no mundo está em constante mudança, trazendo ganhos e, às vezes, perdas. Destas mudanças, muitas são fruto de reivindicações e conflitos, tendo em vista interesses em jogo, o que suscita paixões e violência.
O homem e determinadas culturas tem vendido caro a igualdade à mulher, em prestações exorbitantes e longas. A mulher tem pago o preço injusto na busca do justo.
Neste caso, o justo é a liberdade e o direito de ser igual, de ser diferente. É salutar que esta mudança não seja apenas social, mas interior, onde, tanto homens quanto mulheres vejam com naturalidade sua igualdade e diferenças, assumindo-as para seu bem-estar.
Como homem…
Quero ser mulher para
ver com seus olhos,
pensar com sua mente,
sentir com seu coração,
curvar com suas dores,
perceber suas incongruências,
estremecer com seus desamores,
conhecer seus sonhos.
Depois quero voltar a ser homem
para melhor entende-las,
para melhor amá-las.
Márcio Polveiro